Por Heitor Araújo e Victoria Fonseca

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Postes e árvores caídos, falta de luz, alagamentos, danos às residências e um ferido. Este é o rescaldo do temporal da madrugada da última quinta-feira na Zona Sul. De acordo com a Defesa Civil, 24 famílias tiveram que ser desalojadas pelos estragos da tempestade, mais de 370 residências foram danificadas e municípios seguem com problemas no abastecimento de energia e sinal de internet.

No início da noite de sexta-feira, a CEEE Equatorial divulgou que 350 mil clientes continuavam sem energia elétrica em sua área de atuação, nas regiões Metropolitana de Porto Alegre, Sul, Litoral Sul, Carbonífera, Campanha e Litoral Norte. A empresa ressaltou que "segue com cerca de 500 equipes empenhadas no trabalho de recuperação do fornecimento de energia elétrica a todos os seus clientes, o mais breve possível".

Em Pelotas, bairros como Laranjal, Areal e Fragata constam entre os que ainda não tiveram energia elétrica restabelecida até esta manhã, ou seja, permanecem sem o abastecimento, pelo menos, por mais de 30 horas. Conforme os dados da Secretaria de Assistência Social (SAS) e Defesa Civil, 37 famílias receberam atendimento por terem suas residências danificadas pelas rajadas de vento de 111km/h. Getúlio Vargas e Posto Branco foram os mais afetados pela tempestade, onde o número de famílias desalojadas se manteve em três. Todas permaneciam na casa de parentes até o final da tarde.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil no Município, Eduardo Tejada, uma residência no Posto Branco teve que ser interditada, enquanto no Getúlio Vargas, uma casa passará por avaliação. Na região do Pontal da Barra, os moradores seguiam sem energia, a Defesa Civil está em contato com a CEEE Equatorial para priorizar as zonas necessitadas.

No entorno da Cohab Duque, no bairro Fragata, moradores relataram momentos de tensão durante a tempestade. Foram muitos estouros e clarões na madrugada e, na rua Carlos de Carvalho, um fio de alta-tensão caiu sobre a rede de ligação a uma residência. O aposentado Walter Oliveira Lopes, 77 anos, viu fogo, faísca e fumaça saindo das tomadas. "Estourou tudo. Não sei se os eletrodomésticos queimaram, porque ainda não voltou a luz aqui [às 11h da manhã desta sexta-feira]. É braba a coisa. Tive até que chamar os bombeiros, eles vieram por volta das 3h [de quinta-feira] para desligar minha geral", relata Walter.

Na região

Em Rio Grande cinco famílias precisaram deixar as suas casas e foram levadas para a residência de parentes pela Defesa Civil. Do total de 74 destelhamentos comunicados, já foram realizadas, com o acompanhamento da Secretaria de Assistência Social (SMCAS), as entregas de telhas em 49 residências. Além disso, o órgão de proteção registrou o alagamento de uma residência na cidade.

Dos 52 chamados para árvores caídas, as equipes já haviam realizado a remoção de 12 delas que se encontravam nas maiores vias municipais. As equipes permanecem atuando para a retirada das 40 restantes que se encontram em ruas menores.

Cerrito teve o maior registro de residências danificadas, 250 no total, e registrou o único ferido na tempestade, um homem de 45 anos que estava dentro de casa e se lesionou no fêmur. Segundo a Defesa Civil, o estado de saúde é bom, mas a vítima segue internada no Pronto Socorro de Pelotas.

Confira um balanço de estragos e problemas na Zona Sul

Arroio Grande: 70 residências danificadas

Cerrito: 250 residências danificadas e escolas sem água

Chuí: moradores de 12 residências desalojados

Herval: falta de sinal de internet e energia elétrica

Jaguarão: 20 casas danificadas

Pedras altas: falta de energia e internet

Pelotas: 11 residências danificadas

Pinheiro Machado: falta de energia elétrica

Piratini: falta de energia elétrica e internet

Santa Vitória: alagamentos e moradores de 12 residências desalojados

São Lourenço do Sul: 20 residências danificadas

Turuçu: problemas de energia e internet